Foco e resiliência. Sim, tenho muito. Fiz-me assim.
Há uns anos aprendi que NUNCA se desiste e hoje pus isso em prática, mais uma vez. Foi uma prova dura, sair na frente da corrida na Meia Maratona de Lisboa é espectacular mas… obriga a um ritmo que eu não consegui ter por que os treinos… enfim… não foram fantásticos. Ía preparada para essa dureza e lidei bem com ela.
Aproveitei todos os instantes, isso implicou não tirar fotografias na ponte, desculpem… Estava mesmo empenhada em aproveitar. Vi e ouvi de tudo: pessoas a correr, pessoas a andar, pessoas com cãibras aos 2 quilómetros, pessoas que diziam ‘estou farto de ver a Ponte!’ e que me arrancaram sorrisos. Os phones teimaram em não funcionar e passei a ponte sem música. Era tanta gente a tentar aceder ao dados móveis que simplesmente não consegui fazer o emparelhamento.
Até que, à saída, no início da descida para Alcântara… alguém mediu mal a minha velocidade e… quase me derrubou. Podia ter corrido muito mal mas o senhor agarrou-me, ao mesmo tempo, e impediu que eu caísse. Só que, a partir dali, nada mais foi igual. Dores nas costas, zona cervical muito dorida e eu a arrastar-me até Belém. Público fantástico. O apoio faz mesmo toda a diferença, comove de tão inocente, de tão desprendido, de tão genuíno. E isso foi bonito. Eu nunca tinha sentido. Há um senhor, velhote, que, já em Alcântara, esticava a mão a todas as pessoas que corriam. Sim, obrigada. Esse gesto fez a diferença.
A surpresa estava guardada para o fim. Lá me aguentei e corri, completo, o último quilómetro. A recta da meta é uma coisa especial. O fim, ali tão perto. A realização mesmo à nossa frente. E… um cronómetro. Eu nem queria acreditar quando olhei para o valor. 59 minutos. Não é brilhante, pois que não é. Mas… há 5 meses, quando fiz a minha primeira Mini Maratona, acabei em 1 hora e 8 minutos.
Duas Minis não fazem uma Meia… mas a satisfação é imensa. É absoluta. É qualquer coisa fascinante. E é isso que me agrada muito na corrida: o fim, a sensação de dever cumprido, o saber que a cabeça pode sempre um bocadinho mais que as pernas. A certeza de que quem começa acaba. Que quem não pode correr, anda.
Mas NUNCA desiste.
O grupo fantástico que se juntou… bem, pelo menos, no início!