A data de nascimento é um das coisas que não conseguimos mudar, na vida. Nunca tinham pensado nisso? Mas é, meus amigos. Não há qualquer hipótese de mudar a História, nem o momento em que aparecemos. No meu caso, só é motivo de lamento por que em 1984 e, depois, até eu ter entendimento de gente, perdi oportunidades de conhecer pessoas absolutamente estrondosas. Conhecer, falar, ver, ouvir, momentos e oportunidade que nunca terei deixam-me com pena mas crente no valor e na honra que a Humanidade lhes presta.
Freddie Mercury é uma dessas pessoas. E o Live Aid é um exemplo disso (foi em 1985). Um grande aplauso.
No fim de semana passado ‘precisei’ de ir ao cinema. Já toda a gente tinha falado, já quase toda a gente tinha visto, menos eu. Escolhi ‘Bohemian Rhapsody‘, antes que não tivesses mais oportunidade. Sabia que era um filme de se ver em cinema: as imagens mas principalmente o som obrigavam a isso. Sem qualquer dúvida. Valeu muito a pena mas… desculpem. Não me cativou por isso, pelo mais óbvio. Cativou-me pelas várias mensagens absolutamente avassaladoras. Freddie Mercury era um génio! Um génio que desapareceu demasiado cedo, aos 45 anos. Saber como nasceram as canções, o porquê das músicas serem tocadas daquelas forma e não de outra (não, não era apenas por que ficava bem!), como tudo nasceu… inacreditável! Como se tudo estivesse no sítio certo: todos os elementos da banda, a união, a forma como não permitiram que ‘Bohemian Rhapsody‘ fosse só mais um tema, como mudaram tudo em termos de imagem, de sonoridade… De facto, há pessoas que estão muito à frente no seu tempo.
Mercury foi aquilo que hoje chamamos ‘um homem do caraças’. Tomou opções erradas, claro. Mas… quem nunca? Foi contra todos os que não gostavam das suas composições e as achava aberrações, foi contra a família que não gostava da sua carreira e acabou a admirá-lo, foi contra a sociedade quando assumiu ser gay. E foi a imagem força sempre que decidiu: avançar, deixar cair manias, afastar pessoas tóxicas, ser ousado, voltar quando sabia que os dias… estavam contados. Como o admiro.
Que coragem, que exemplo. Que perda. O que teria o Mundo visto de o HIV não fosse um flagelo já nos anos 80?
A minha música Queen será sempre esta. Adoptei-a para mim há uns tempos: ‘The Show must go on’.
O espectáculo tem de continuar. Que assim seja. Siga.