A Grécia terminou o 3º Programa de Assistência Financeira. Um Odisseia Moderna, como considerou o Primeiro Minsistro Grego Alexis Tsipras. Eu não arranjaria melhor caracterização.
Em 2010, o país pediu 110 mil Milhões de Euros, em 2012 recebeu mais 130 mil Milhões e, mais tarde, em 2015, foram 86 mil Milhões de euros. Em 8 longos anos, os gregos viram os empregos a descer, o desemprego a subir e o poder de compra a fugir (ainda não voltou).
Agora, a Grécia enfrenta a supervisão dos credores (FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) que, tal como no caso português, vão permanecer em vigilância. Pelo caminho, mudou 4 vezes de Governo, e, até há um ano, quase todas as semanas de Ministros. Mais do que cumprir regras é preciso saber aplicá-las. E austeridade é palavra que não rima com Syriza. Em 2016, quando os credores recomendavam redução de despesas, o Governo decidiu aumentar pensões e salários dos funcionários.
Numa coisa (pelo menos) sou obrigada a concordar com Pedro Passos Coelho: Portugal não é a Grécia. Ou, neste caso, a Grécia não é Portugal e isso faz toda a diferença. Portugal foi ‘o bom aluno’. Sobreviveu, ainda que algumas pessoas não saibam bem como terá acontecido, com elas próprias, também. Yannis Varoufakis, o homem que podia ter mudado o rumo da história (ex-ministro das finanças grego), acusa Bruxelas de faltar ao respeito à Grécia e diz que o vídeo do Presidente do Eurogrupo (português, por acaso) parece propaganda da Coreia do Norte.
A Grécia ‘vai pagando’ a sua dívida que é a segunda maior do Mundo, de 180,8%. Alguns economistas gregos consideram que o país vai demorar quase 80 anos a pagar a dívida que resulta destes anos.
Ninguém sabe muito bem o que vai acontecer… O que se sabe é que os gregos vão continuar a passar mal, a enfrentar muitas dificuldades e, provavelmente, a ocupar a Praça Syntagma.
Se Aristóteles fosse vivo lembrava-nos que só existe um Mundo. A diferença é a forma como cada um o apreende através dos sentidos e do intelecto. E isso… é que faz toda a diferença.