Ninguém tinha manjericos mais bonitos e viçosos que a minha avó paterna, é o que é. Estavam ali, no muro da varanda, todos alinhadinhos, a apanhar sol e ao luar. Cada vez que um crescia mais, tirava um pé e punha noutro vaso, e depois noutro e noutro… numa verdadeira reprodução que chegava aos vizinhos e à família, sempre por esta altura.
Em miúda eu achava muita piada a isto. Punha a mão da rama e depois cheirava. Era uma animação. Quase que partia as ramas, só de calcar com a palma da mão!
Dava-me sempre um, num vasinho pequenino. O majerico resistia ali um mês… depois já era. Sempre tive esta dificuldade em manter plantas vivas em casa. Não percebo, a sério que não percebo.
A minha avó perdeu o hábito, perdeu a casa e perderam-se os manjericos.
Depois, comprei alguns. Acabava por encontrá-los em qualquer lado e comprava. Este ano não comprei um manjerico, ofereceram-me e ofereci. Acredito que não vai morrer.
Não me lembro a última vez que fui aos Santos Populares, estou sempre a trabalhar. Também não sou grande adepta do ‘tira o pé do chão e deixa-te ir com a maré’… Não, há coisas que não são para mim (desculpem dos mais adeptos, não me atirem com nenhum manjerico!). Não há nenhum Santo que me valha nesta vida louca de acordar com as galinhas… Espero que se divirtam! Bom feriado, para quem mora ou trabalha em Lisboa.