É -me fácil falar sobre o Fernando Correia.
É pública e já muitas vezes abordada por mim a amizade que nos une. O Fernando é dos poucos Amigos que tenho de tantos anos de jornalismo. É há uma diferença entre os Amigos e os amigos. Entre nós, há a liberdade por que se pauta uma amizade: temos as opiniões mais sinceras, sobre tudo, falamos da vida e da vida de cada um, partilhamos angústias e vitórias, fornecemos cleenex nos programas de televisão e bebemos Gin em directo (entenda-se, água) e fazemos rir toda a gente, quando estamos na onda, tudo no estúdio, sem qualquer tipo de reserva nem constrangimentos. Quando um de nós não está bem, o outro puxa sempre e, graças a isso, muitos dos dias foram mais fáceis de suportar. Só quem trabalha em televisão pode perceber os laços que se criam num estúdio: o ambiente reservado, hermético, caótico, as vezes, que obriga a desenvolver tantas relações de confiança que, não raramente, ultrapassam aquelas paredes.
Não vou mentir… Vou ter muitas saudades do Fernando. Vai fazer-me falta a sua lucidez, a sua capacidade de ensinamento, o seu saber estar… O seu abraço e sorriso, sempre aquela hora.
Acredito na sua lucidez, na capacidade de gestão emocional e no amor que emprega nas causas às quais se entrega. E percebi-o logo quando me ligou a contar o que estava a passar-se.
Bem sei que não vamos mudar de país, nem de cidade tão pouco e a minha profunda admiração jamais vai ficar suspensa.
O Fernando é um senhor. Lamento, mas não admito outras palavras em meu redor.
Perco um pilar nos meus dias, no meu trabalho, e o Diário da Manhã perde um grande valor.
Uma instituição como o Sporting Clube de Portugal engrandece.
Eu estarei sempre à distância de um telefonema.
Força, querido Fernando. Até já.