Neste Dia do Trabalhador… tenho saudades de trabalhar. Bem sei que é mesmo assim, que, às vezes, é preciso parar e mais nada.
Estes dias em casa, com actividade reduzida a -1 só me têm dado a certeza que, de facto, sou uma sortuda: sou feliz a trabalhar. Tenho o melhor exemplo dos meus pais, exímios trabalhadores, incansáveis, sempre de cabeça erguida para os contratempos da vida (e têm sido alguns…) mas nunca com os braços caídos, nunca. Das características que mais lhes admiro é a capacidade absolutamente extraordinária de começar do zero: um trabalho novo, um sítio novo, uma área nova, um patrão novo. Eu… não sei se conseguia. Como é que eu podia ser diferente com exemplos destes??? Jamais. São eles o meu maior orgulho, naturalmente, não apenas pela capacidade de trabalho mas por que são são bons seres humanos, alegram-se pelo bem dos outros, fazem-lhes bem como me fazem a mim que sou do seu sangue.
De facto, sou uma sortuda. Também porque na minha família tenho outros exemplos de quem nunca nunca se rendeu e procura sempre uma solução, sem se fixar nos problemas. Não, não os vou mostrar. São meus. Só meus e fazem parte da minha vida que é só para mim.
De facto, sou uma sortuda. A vida tem sido boa para mim: tem-me dado oportunidade de fazer coisas que nunca pensei, conhecer pessoas vitais para a minha existência, estar em momentos históricos. Tenho saudades de trabalhar. Nesta altura, a maioria das pessoas que me está a ler já revirou os olhos 50 vezes e pensou ‘está louca, só pode’ mas não, não estou. E nem estou a pensar naquela frase ‘pensa que tens sorte por teres um emprego’, vá, podem guardar as pedras. Acreditem que parar duas vezes em 4 meses ajuda a ver tudo de uma outra forma, e eu já não era nada ‘amarga’. Tenho saudades de trabalhar por que eu sou feliz no que faço, pertenço ao lote de pessoas que não se cansa a trabalhar, que se diverte, que faz o que ama verdadeiramente. E isso… venha HP, venha o que vier, não me vão tirar.
Mas tenho saudades, lá isso tenho.