Tinha uma conferência marcada na Inspecção Regional de Educação da Madeira há cerca de 2 meses. Escolhi este dia 20, sem saber muito bem que a ilha já estava em plena Festa da Flor. Quando percebi fiquei naturalmente satisfeita, se há coisa bonita na Madeira são as flores… e a fruta… e as pessoas… e o mar. Pronto. Já perceberam que eu gostava mesmo de ir. Mas… nem tudo corre como queremos, não é? Oh, se é! Há 2 dias que andávamos a dar notícias sobre os ventos fortes e os voos cancelados e a probabilidade era grande.
O voo esteve marcado para as 19h25, passou para as 23h10 e eu já estava consciente da confusão… Cheguei cedo porque se há coisa que me enerva a sério é correr em aeroportos. E nervos, nesta fase não posso mesmo sentir. Comprei um chá, para ajudar aos nervos, e deixei-me ficar ali num sofá até ir para a porta de embarque.
Os voos da tarde foram aterrando (alguns) mas não os da TAP e o que saíra do Porto com chegada prevista às 23h30 também não conseguiu ficar. Olhando para este mapa de controlo de tráfego aéreo de ontem à noite, o arquipélago da Madeira parece a Síria, depois dos avisos para não sobrevoar espaço aéreo. O perigo também existia, ali e nem dava para fugir para (o meu) Porto Santo. Ir e voltar a Lisboa era uma forte possibilidade mas que… não resolvia a vida de ninguém.
A TAP acabou por cancelar a ligação por “condições climatéricas adversas”. Eu fiquei em terra, a conferência não aconteceu… e é isto. Na saída, encontrei um aeroporto deserto, acho que nunca o tinha visto assim. A calma é estranha, ali. O silêncio está fora do sítio. Falta vida. Falta vigor. Os aeroportos funcionam no caos e a sua falta causa sempre algum transtorno.