31 de dezembro.
2017 quase a partir.
A sensação de encerrar um ciclo tem paralelo com poucas coisas, na vida. Este é dos mais lógicos, dos mais certos, dos mais pontuais e não há como fugir a ele.
A expectativa do que está para vir. Os planos. A sensação das páginas em branco num livro cheio de 365 espaços onde poderemos (re)escrever a nossa vontade. Poucas coisas são mais inspiradoras que um ano que começa.
Jantar.
Os balanços.
O que ficou para trás e foi tão bom. As projecções. Conversa sobre um noivado que já aconteceu, um casamento que se prepara. E vida, tanta vida. Tantas coisas novas a acontecer. Tanta ânsia de viver. Tanto caminho desconhecido.
12 passas fechadas na mão. Em mente aqueles desejos, aquelas ideias que ‘têm mesmo de acontecer este ano, agora é que é’, as vontades mais profundas e até inconscientes sob a forma de resoluções que tomam significado com os 12 bagos de uva desidratados.
Meia noite.
O brinde, a explosão, a alegria, o êxtase de tudo o que acabou de chegar… 2018 aqui… E as passas. Naquela euforia, uma cai ao chão. Um breve olhar dá conta da impossibilidade de saber para onde foi, de sequer a vislumbrar! Muito menos tentar apanhá-la. Ir buscar outra não fazia sentido, o significado não era o mesmo, perdeu-se o simbolismo.
Depois dos abraços aos amigos, de manifestar os desejos e de visto o fogo de artifício comento que caiu uma passa, à meia noite.
– Não sei o que quer dizer mas olha… Também não importa.
Um querido amigo responde:
– Não sabes o que quer dizer? Então… Quer dizer que tinhas 12 e ficaste com 11.
A sua linda mulher concorda. E rimos os 3.
É verdade. E é só isso. É só uma coisa que não deixa de o ser por não ter cumprido a sua missão.
Mesmo com o simbolismo ali encerrado… Tenho a certeza que aquela que caiu da minha mão não era a da sorte.

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