Eu vinha no início da rua, a subir. Elas estavam a meio. Já as ouvia rir cá no fundo mas não percebia o que era. Assim que que aproximei fiz aquela falsa pausa para o descanso e percebi a razão.
– Então estás com que idade?
– Ah, com 81. E tu?
– 79.
– Mas isto está difícil.
– Ai, pareces uma velha!!!!
E riram as duas. Muito muito.
E riam, riam que nem perdidas naquela rua. Um riso que derretia o gelado daquela manhã de sábado.
Ficaram a competir nas doenças, a ‘trocar fichas’, sempre a rir.
Eu vim embora. Tive a nítida sensação que se chegar aos 81 anos também quero ser assim.
Uma delícia.