Somos um povo dos diabos! Ah, se somos!
Condenamos pais que matam filhos; filhos que matam pais; filhos que roubam pais e os deixam à fome; pais que tiram os filhos às mães e vice-versa e nunca mais mais atendem o telefone aos miúdos; pessoas que roubam muito ou pouco; pessoas que matam; pessoas que mentem e comprometem a vida a inocentes.
Somos um povo dos diabos! Ah, se somos!!
Revoltamo-nos quando uma mulher grávida é afastada de um posto de trabalho porque isso vai trazer problemas à entidade empregadora; queremos igualdade nos salários; queremos paridade nas empresas; condenamos o racismo e a xenofobia e temos comunidades de muitos países do Mundo, em Portugal.
Somo um povo dos diabos! Ah, se somos!
Ajudamos toda a gente; enviamos roupa, comida, dinheiro para o outro lado do Mundo e for preciso vamos lá ajudar a construir casas, acarinhar crianças, estender a mão… como diz na Bíblia (“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”). Manifestamo-nos pelos refugiados, recebemo-los.
Ninguém nos pára!
Somos um povo dos diabos! Ah, se somos!
Ficamos malucos quando recebemos imagens de apedrejamento em civilizações que consideramos ultrapassadas; correm-nos as lágrimas quando vemos crianças famintas em Àfrica; viramos a cara quando há fotografias de homicídios em massa em países do 3º mundo…. em todas estas situações, nas notícias, dizemos “alerto para a violência das imagens”. E repetimos até a mensagem ser assimilada.
Somo um povo dos diabos! Ah, se somos!
Mas afinal… podemos condenar. Tenho para mim que se esta mulher tivesse morrido, devido às agressões, estes homens seriam absolvidos. O juiz invocaria legitima defesa.
Somos um povo tão pequeninho! Ah, se somos.
Notícia para ler aqui
http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/violencia-domestica/acordao-que-justifica-violencia-sobre-mulher-adultera-e-retrogrado-e-machista